Outubro Rosa: acesso à informação e exames salva vidas
A médica oncologista Dra Sabina Aleixo, uma das palestrantes que esteve na Câmara na manhã desta quarta, 18, alertou: “O câncer de mama não precisa matar tantas mulheres. Podemos prevenir e tratar”. O evento Previna-se foi organizado pela Ouvidoria da Mulher da Câmara de Cachoeiro como parte da campanha mundial Outubro Rosa, com o objetivo de conscientizar cada vez mais pessoas e salvar vidas.
De acordo com a publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres no Brasil, com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. Aleixo explicou que cuidar dos fatores de risco é a forma primária de prevenção. “A hereditariedade é um fator de risco que a gente não pode mudar, mas representa apenas 15% da incidência. Os fatores mutáveis interferem muito mais: Sedentarismo, obesidade, tabagismo, alcoolismo, alimentação não saudável e exposição ocupacional, por exemplo. Uma vida saudável previne o câncer de mama”.
Vulnerabilidade social e acesso a exames
Para que seja feito o diagnóstico precoce, que interfere no sucesso do tratamento, é necessário que a mamografia seja realizada antes de os sintomas aparecerem. Quando alguma lesão já é visível no auto exame, pode significar que a doença já está mais avançada. “Toda mulher precisa fazer mamografia anualmente a partir dos 50 anos e, se tiver risco elevado, como histórico familiar, até antes disso”, explicou Aleixo.
Porém, a falta de informação ou a dificuldade de acesso, principalmente de quem mora na zona rural e nos municípios do interior, ainda leva muitas a buscarem tratamento tardio. “A gente faz campanha todo ano, fala muito sobre o assunto e pode parecer que todos já sabem. Mas ainda há mulheres em vulnerabilidade social, ou que moram em lugares de difícil acesso, que não têm essas informações. Como médicos, pra nós, é muito difícil receber casos com a doença muito avançada, sabendo que as chances são menores de salvar aquela vida. Por isso precisamos continuar, fazer a informação e a mamografia chegar à todas”.
A fé ajuda a medicina a chegar à cura
Cyntia Heckert, professora, foi paciente da Dra Sabina e emocionou a todos os presentes narrando a sua história com o câncer de mama: “Se não fosse o diagnóstico precoce, provavelmente eu não estaria aqui”. Cyntia descobriu o tumor em 2021, realizando mamografia preventiva justamente durante a campanha Outubro Rosa. Aos 46 anos, depois de a mãe ter tido a doença, ela recebeu o diagnóstico de um tipo agressivo de tumor, com altas chances de reincidência.
Enfrentar o tratamento com fé, segundo ela, foi fundamental para manter seu lado emocional equilibrado. “A medicina, junto com a fé, nos ajudam a chegar à cura”. Como exemplo disto, falou sobre sua relação com os lenços que usou enquanto os cabelos cresciam. Ela não conseguia desapegar deles, mesmo depois de não precisar mais usá-los. “Entendi que estava mantendo os lenços ali esperando que eu tivesse a doença de novo. Conseguir lavá-los e entregar pra outra pessoa foi muito emocionante. Foi acreditar que eu estava curada”, contou.
Vencendo a timidez para alertar mais mulheres, ela transformou seu perfil no Instagram em um diário, onde compartilha informações e as etapas do seu tratamento, e também aceita convites para falar em público. “Me sinto tão grata depois do meu tratamento que só sei falar de gratidão o tempo todo”.
Após as falas, o Ouvidor da Mulher na Câmara, vereador Arildo Boleba (PDT) entregou Homenagens Especiais às palestrantes e convidou os presentes a compartilhar o café da manhã. "Agradeço imensamente a cada uma por terem aceitado nosso convite e também a todos os presentes. Precisamos, todos nós, ajudar a levar essas informações a quem precisa.
